Dizem que o paraíso é aqui,

Mas também pode ser aí,

Sei, pois te pressinto antes da água do mar

E da areia quente em meus pés,

Meus olhos te vêm flor de Liz,

Com toda distância que não quis.

Sim, o paraíso existe

Quando te sinto e não fico triste.

Minha sorte foi te olhar um dia

E sentir que ali brotava a alegria.



Como não te guardar no coração que te viu

Nele um cantinho de paraíso se abriu,

Se penso em ti a tristeza é nada

E contigo nada pareceria tudo pra mim,

Se penso em ti não tenho saudade,

O que eu sinto é uma grande vontade,

Que o sol te ilumine que me brilha assim,

Pois contigo eu sonho

E o sonho parece verdade,

Aonde quer que eu vá

Teu sonho me invade,

Se estás comigo em algum lugar,

Lá meu paraíso estará

Na poesia contigo eu vou.

Cada momento que passou pintou o tempo,

Poeira, como pó de um homem

Chorando ao relento.

Não lembro meu pensamento na noite fria

Aquelas rimas que tu dizias,

Da saudade do tempo temporão,

Tempo que poetávamos colhendo vento.

Hoje eu entro em tua poesia,

Nas mesmas estrelas em que navegas,

Caçando a mim mesmo,

Ou a tua luz e nela me despindo,

Porque sei do desejo

E das tuas sílabas de sedução,

Vamos virar o mundo

E preenchê-lo de emoção.

A gente sempre fica querendo que volte,

Mas nem a gente fica,

Pois está indo...

Se alguém chegar a quem irá encontrar?

Às vezes acompanha alguém que está vindo

E cruza nosso caminho,

Até dorme em nosso ninho

Depois foge pro futuro,

Ou um tiro no escuro?

Não, só tomamos conta do nosso destino,

Não  somos mais menina, ou menino.

O passado ficou, desmoronou, acabou...

Não se constrói dos escombros

Com a mente em ruínas

Que se ilude e perde-se nas esquinas,

Mas quem perdeu o quê,

Se não anda a mercê de algo.

A não ser, daquilo que você próprio é

Marcas são escarpas da montanha,

Que se ergue diante de nós e não são estranhas,

Ninguém ganha nem perde só aquilo que concede,

Porque não é mais seu e ninguém roubou Prometeu.

Quem planeja a descida, a queda, subida,

Ou apenas se movimenta?

Ninguém inventa o tempo

À exemplo de crescimento.

Aprende quando se rende ao conhecimento,

Nem sempre ileso da sabedoria quando

Deixa-se entregue ao esquecimento.

Enfim, ninguém volta para o nunca.:

      Você se lembra...

      Estavam todos na praça,

      Encaracolando cabelos ao vento

      Jovens demais

      A mudar com o mundo.

      Eu os via na janela,

      Todos correndo

      E brincando com o momento.

      Noutra hora

      Reunidos na fazenda,

      Ao som da guitarra dissonante,

      Música à toda,

      Adolescente sem poda,

      Amor era a onda

      Que deveria mudar o mundo,

      A moda era o jeans,

      A roda e o pé no asfalto

      A policia gritando: mãos pro alto!

      Repressão e exílio,

      Prisão sem recurso

      Discurso abafado,

      Tolos sem ouro

      Cheios de sonhos e idéias

      Embaixo de bandeiras destroçadas

      E argumentos pré-traçados,

      Construindo dentro de si

      Uma revolução silenciosa,

      Uma música barulhenta

      Como as trombetas,

      Também derrubaram o muro.

      Um grito !

      Não um grito de guerra e dor

      Mas um grito tranqüilo

      De Paz e Amor.

      

     

Que canção será esta?

Será que tudo é um teste ?

Tudo às vezes parece festa.

 

Às vezes nada presta, brilha o que ficou.

Tempo parecia dourado porque hoje brilha.

Onde está a magia do sonho que restou?

Hoje cada um segue sua trilha.

 

Quem será que explica

A magia dos sonhos a cadência da ternura?

O que enternece a alma é que fica

É onde cada fibra do coração se segura.