Ele olhou o livro aberto...
Cuidadosamente chegou perto.
Seus olhos se encontraram
e ele soube no momento,
que não estava mais sentado
com o livro aberto no colo...
Havia nele...mergulhado...
Era o contador de histórias
e seu próprio autor...Transformara-se em...
personagem...!
Sentiu-se pequenino, vagando
dentro das páginas do livro.
Não importa quem o havia escrito
Logo mais descobriria...
Agora somente queria ser ele
um pequeno menino,!
Em verdade, se sentia...
o construtor de pontes
entre a realidade e a  a fantasia e!
Que roupas seriam aquelas
tão estranhas, que agora vestia?
Essas ruas,
não eram suas conhecidas...
Onde ele estaria?
Deixou-se levar... e os sonhos
forçando um túnel do tempo
bem no meio do livro
o transportou por mundos...
Inesquecíveis!
Seus olhinhos se extasiavam...
ao atravessar mares
em meio a tempestades
incríveis...
Bordejar lagos...
Subir ao ponto mais alto
das montanhas...
Galgar o espaço...!
Gostava do contato com
aquela gente tão diferente.
Viu-se falando um idioma
tão diverso que o fez
imaginar-se fora do universo!
Como poderia ter acontecido?
Realizava façanha após façanha,
como se sempre
por aqueles rincões tivesse vivido!
E assim sonhando adormeceu...
O livro pendeu de sobre a mesa,
pairou um instante no ar...
Desapareceu...!
E o menino continuou sua viagem...
envolvia-o aventureiras miragens...
Por onde ele agora andaria...?
Adormecido...sorria...
e encantado...
... Sonhava...!

Teus lábios ainda guardam
o desenho dos lábios meus...
Em teus olhos deve ainda estar
a luz que tiraste dos meus...
Tuas mãos que me tocaram
ainda retém o meu  calor
Tua alma está impregnada
do perfume de meu amor! 

Ainda sinto em meus braços
a ternura de teu abraço...
 Teu jeito, em meus pensamentos,
habita ao abriga dos tempos...
É tua a voz a ressoar suave
no silêncio que me roça...
Ao teu feitiço eu não fujo...
A esquecer-te, não me force!

Sussurraste em meus ouvidos
palavras que lá ficaram...
Em minha boca persiste
o sabor que nela entranhaste
Deixaste em mim a marca
do teu corpo que ao meu colaste
O meu caminhar travaste
nos passos que a ti me levaram!

Não compreendo o sofrimento
que nos fere com a saudade
Não atino com a existência
de forças que tolhem a vontade...
Se me desejas na ausência
Por que te condenas à distância...
Já não se aquieta o meu peito...
Quer mais que simples lembranças!

  Sim...
  Tanto te amei...
  E...tanto ainda te amo...!

  Nos versos que minh´alma
  aquece
  É teu o rosto
  que entre as palavras nasce...

  Nas palavras que sussurro
  entre rimas e solfejos
  É teu o nome que ressoa
  como se fossem beijos!

  Tanto te amei...
  E...tanto ainda te amo...!

  Sobre mim
  posso sentir o teu olhar
  Persegue-me a consciência 
  de mesmo assim, à distância,
   te amar!

  Nossas linhas do destino
  um dia cruzadas
  Em alianças de aço
  permanecem entrelaçadas!

  Não num ontem...Não num tempo
  que nosso saber supera...
  Mas na perenidade
  que sobre tudo...impera!

  Te amo...
  E...te amarei sempre...
  Numa eternidade
  que só a nós se descerra...

  Ontem, num desígnio
  que nos foge a compreençaõ
  Hoje, porque este amor
  tornou-se mais forte que a razão

  Em um amanhã...um sempre...
  porque em ti está
  a fonte de luz
  que minha vida encerra!

Penso em ti!
A cada instante penso...sonho...
Não mais existem despertares tristonhos
porque creio ser possivel, sim,
ter-te em mim,
ainda que em pensamentos!
 
Ao adormentar-me, te sinto
ao meu lado presente...
Talvez seja o meu desejo
a transportar-te e acredito
que aqui venhas realmente!
 
Assomos de sensualidade
tocam-me enquanto durmo...
Deleito-me em tua insaciedade
como um pássaro em seu vôo noturno
e...não mais me surpreendo...!
 
Te quero tanto que é impossivel
esquecer-te ainda que o deseje...
Nos lábios tenho o gosto de  teus beijos
No meu corpo o teu perfume intenso
másculo...ardente...imprevisivel...!
 
Como frear a imaginação
se são tão reais tais momentos...
Como dizer não aos sonhos
se são eles a manifestação inconsciente
do que habitando minha alma te trás a mim,
de minha fragilidade, consciente...?
 
Escorram as horas tempestuosas
que domam o dia e turtuosas,
as noites me aproximem de ti...
 é noite e entre suas nebulosas
galáxias me ame...assim...!
 
Constantes sejam
os ventos que te tragam...
Doces as madrugadas
que nos embalem...
Se o espaço físico for camuflado
que seja pelo menos,abençoado...
O poder da imaginação!
 

No ar flutua uma sonoridade imprevisível
        Ecos de uma música cálida, envolvente ...
        Papéis rolam pelas calçadas voando ao vento,..
        cartas, recados, bilhetes inconsequentes!


        Uma vida algemada, uma ausência sem contexto...
        Lamentos? Prantos escondidos...Tudo inutilmente?
        Águas amargas descendo dos olhos qual torrente
        invadindo a alma...sufocando o sofrimento!

        
        Insistem incólumes em meio à tormenta,
        contraditórias emoções, tentáculos inclementes...
        a tolher das palavras o encanto e a fluidez...
        Soltas,as lembranças, atropelam-se num revez...

        
        Prisioneiro de uma vida, o amor surgiu e floresceu
        Feiticeiro, invadiu as noites prenhes de paixão...
        Tantas as horas, em que puro e confiante venceu...
        Na ardência afoita dos corpos, a razão se perdeu!


        Como estancar agora a avalanche de sentimentos?
        Como frear o destino e parar a corrente do tempo?
        Na aceitação inconformada de um ritual permanente
        Um desencontro banal e uma condenação inclemente!



        Além deste momento,um passado de incógnitas...
        À ele sobrepondo-se um futuro ilusões infinitas...
        No agora, o vazio espalhando-se pelo leito...
        Desencanto preso em sustenida dor no peito...!


        Castelos erguidos ou cabanas de sonhos...
        Uma vida ir vivendo em crédulo abandono.
        A lua num crescente o soluço consolando...
        Uma lágrima, perdida...o respirar extinguindo...!



        
     

      Não um espelho somente...
      Não íris coloridas
      ou pedaços da alma!
      Não, um céu de primavera...
      Não, centelhas de luz
      a iluminar-me a estrada!
      Teus olhos são muito mais...
      Mais que páginas onde leio
      uma história de sonhos.
      Mais que estrelas a descobrir,
      mais que horizontes
      onde nasce o arco-íris
      e pirilampos a encantar os campos
      na noite que transcende!
      Teus olhos são a expressão
      do que em teu coração escondes.
      Através deles, não consegues
      mentir ou negar o que tua alma descreve
      de tuas ilusões em versos...
      Olhos, caleidoscópio de cores
      reportando a devaneios,
      à lembranças que são lidas
      quando fixas tuas pupilas
      em meus olhos!

   

          Um absurdo esse morrer, quase sem luto.
          Fruto de guerras e terrorismos sádicos
          Ainda sabendo que entre às trevas labuto
          Jamais me aceito em meio à tais fracassos...

          Recolho-me derrotada por meus receios!
          Será este o mundo que deixarei aos que vem...
          Quanto de errado existe neste vil mercado...
          Não nos sensibiliza a miséria que aqui tem?

          Já não me atraem mais manchetes de jornais
          onde campeia de tal forma impunidade formais
          trazidas em fotos e matérias ditas... históricas...!

          Que esperança deixamos a um futuro próximo,
          se, para os nossos filhos não há mais lugar seguro
          que os incentivem e incitem à ações estóicas?

   Olhe para cima ...
        O firmamento te chama!
        Há luzes piscando e te dizendo
        que a vida pode ser um encanto...
        O mundo te conclama à vida.
        Não se feche ao mundo
        Entre nessa dança e vibre
        Assobie baixinho uma melodia
        Convide para que te façam companhia
        a lua, os sonhos, o compasso de teu coração.
        Vamos...cante bem alto a tua canção!
        Tanta beleza chegará aos teus olhos...
        Se escorrerem lágrimas,
        não se incomode...elas serão de emoção!
        Converse com a noite, conte teus segredos
        não faça de tua vida um perene degredo
        viva as mais puras fantasias
        Há na natureza infinitos sons
        Acolha-a...ouça-a...
        Deixe que ela penetre em tua alma
        e te acalme... Hoje a noite é especial.
        Você está vivo...Renasceu das cinzas...
        Se encante!
        Não olhe para trás... agora é para amar...,
        A vida te concede o que sempre foi teu...
        o teu lugar!

O que é este fascínio que me arrasa,
faz-me rolar na cama, me abala,
mexe comigo nas noites
enredando-se com os dias
numa atração sem limites?
O que tanto me hipnotiza...
serão teus olhos, talvez,
o tom de tua pele dourada,
tua voz rouca
como que entediada,
esse teu corpo que me acaba
quando sobre mim te arrastas
como mariposa atraída pela luz?
Serão tuas palavras
escolhidas e sussurradas
nas horas íntimas
que correm pelas noites enluaradas?
De onde virá o fascínio?
De teu suor que ao meu se mescla,
de tuas mãos que me tocam
de teu cheiro,
perfume que embota minha vontade
e me faz refém da tua
quando com ternura me abraças?
De onde virá esta ânsia que me consome,
pedindo-te com urgência
para que me domes?
De onde virá esta loucura que me atiça
ainda que por vontade própria...
me incita a desejar-te tanto?
Doce fascínio que toma de arrasto
meus sentidos
fazendo-me mulher-menina a satisfazer
nossas fantasias, em que os delírios
ultrapassam a insanidade? ...
Garras aguçadas buscando-te...
Sobre teu dorso deitando-me...
Embebedando-me em teu desejo,
busco deter esta atração ambígua
que me faz  tão ativa
ao saciar  teus desejos.
Diz-me se podes...
Onde te alimentas
para refazer em contínuo
sobre mim,
 este inegável fascínio?