Ele estava ali, em pé, encostado no murro de pedra.
Olhava-me, com olhos cansados. Um sorriso passou
por seus lábios e ele disse: - "Não me deste nada. Nem
teu livro de poesia... nem teu e-mail." Não lhe respondi.
guardei silêncio naquele momento intenso, que se podia
ouvir o bater dos nossos corações.
Queria ter-lhe gritado: "Dei-te algo melhor que um livro.
Ofereci meu coração." Tanto sangue e tanta paixão correram
por este rio, nesta curta semana. Abri meu peito, com uma
punhalada de amor... Retirei a alma... E lha entreguei a ele.
Nossos lábios se encostaram, numa suave carícia de despedida.
Os dedos se soltaram... Voltei-lhe as costas e saí lentamente.
Senti seu olhar me acompanhar, por um breve tempo.
Depois... Desapareci na esquina do esquecimento.
Ofertei-te meu coração...
ele não sabia, mas deu-me
algo que me restituiu o alento...
Devolveu-me a primavera.
foram poucos dias...
Foi o menor e mais intenso conto de amor
Que já escre(vivi).
Hoje olhei nossa foto
e senti saudades.