Você, tem a arte de ser o que é com naturalidade
      com uma dose disfarçada de sensualidade
      com uma certa malícia camuflada
      que é mesmo indispensável

      Tem a sensibilidade exposta, escancarada
      Aparece fingindo indecisão
      coloca-me logo a vontade

      Chega assim de mansinho
      com os olhos sorrindo
      nos momentos que mais necessito

      Enche meu coração de beleza
      preenche minha alma de entusiasmo
      devolve a razão do meu viver, sem saber

      Deixo só e somente para você
      a interpretação dos gritos dos meus anseios

      Você, que no compasso dos herdeiros da lua
      eleva-me aos céus das estrelas
      torna-me plena, total, permanente, amante

      Você, que é em tudo uma presença indecifrável
      que toca no labirinto do meu sangue
      que me crucifica com o fogo luminoso

      Você, luz incendiária
      que corta minha carne
      que desnuda meu corpo
      que circula nas minhas artérias

      Você, que faz de mim
      uma pronta entrega
      que alcança minha intimidade com naturalidade
      que me faz sentir o que todos carecem
      quero que saiba
      o seu coração
      flutua no céu da minha alma...

 

      A Fúria Insana
      desesperada e bela
      a tudo abandona...
      Louca
      inconseqüente
      anseia pelo o que não mais existe
      Tragicamente linda
      sai vestida de luto
      Mascarada de esperança
      sem fronteiras de carne
      almeja o amor
      que já partiu
      Pobre coitada
      em busca do fantasma
      Caminha serena
      triste como fera solitária
      Não leva bagagens
      carrega apenas
      a lucidez do seu sonho
      Na sua insanidade
      abre seus braços
      como se fossem asas
      Pousa na leveza
      de uma borboleta
      que levanta um vôo afetuoso
      no mar revolto
      Deixa pensamentos fosforescentes
      na mente rasante da Fúria Insana...