Semelhante no olhar.
Individual na pensamento,
sem reflexo de um outro dia,
sem calor no coração.
Semelhante no olhar.
Individual na pensamento,
sem reflexo de um outro dia,
sem calor no coração.
Hoje estou por conta da vida,
arrancando os cabelos que me
restam, por esta mulher.
Enlouquecido de desejos e
de olhos abertos a noite inteira,
pensando só em você.
Acelera coração, voz fica
enrouquecida, peito arfando
nun sufoco sem fim.
E você ainda acaba comigo,
atrasa meus impulsos, me enlouquece
e esquece de aquecer os meus braços
em abraços loucos.
Meus olhos viram,
e reviraram em orbita,
sobre o sangue derramado
e ocultado por muitos anos
até brotar um flor de esperança.
Eles viram e enxergaram.
Tenho medo do escuro, perigo inesperado.
Olhos sedentos a me espreitar, sem dó, que
num tilintar devora sua presa, sem pressa,
num ritual de calma e sabedoria, vagarosamente.
Tenho medo do escuro, becos entrelaçados.
Onde caminho sem chegar a lugar nenhum,
num desespero sem fim e finalmente me desespero.
Tenho medo do escuro, quando mãos me agarram,
sem saber de onde saíram, nem de onde vieram e
me abraçam loucamente, num aperto sem fim.
Tenho medo do escuro, quando me calo e olho
por cima dos ombros e não veja nada, só o vazio
do meu caminho deixado para trás.
Há uma leve nuvem sobre minha cabeça,
que se estende ao meu corpo frágil e sem
culpa rompe meu coração, sofrido.
Há um pano, que cobre meu rosto,
não querendo desvendar o reflexo de
meus pensamentos profanos.
Há uma corrente, que prende meus pulsos
e faz sangrar as amarras, feitas por alguém,
que não tem piedade.
Há uma luz no final do túnel, que insiste
em brilhar, mas os olhos aguçados não
querem enxergar.
Te levo gravado em meu corpo,
em milhões de pontos ocultos,
que a visão, não verá jamais, mas
o sentimento, sente a todo momento.
Na minha cabeça ressoa seu nome,
que de tão constante, já esqueci o meu
e neste vendaval de pensamentos,
esqueci, quem eu sou ou onde vou.
Meus braços, te carregam, para grandes
bailes da vida, e faz palpitar meu coração
de saudade e paixão. relembrando dias
de loucuras de amor, numa cabeça, vazia.
Meu peito ainda te abriga, embora você,
já tenha me abandonado e me tornando
um prisioneiro do destino, sem parada,
sem destino, sem porto e sem carinho.
Minhas pernas , já cansadas de andar
a sua procura, e sempre retornar ao
mesmo lugar, no vazio, que me deixaste.
E tristemente me calo sentindo frio.
Olho para o céu e via a imensidão
sobre minha cabeça, a me espantar,
era tudo muito vago e obscuro e
minha vida se passou na escuridão.
Triste eu caminhava sobre o chão
opaco e vazio e esse mesmo vazio
tomava minha vida e me transformava
num abismo sem fim, sem fundo.
Elas, as estrelas, sempre estavam
lá no alto a me olharem e eu não
as via, pois, sempre olhava para os
meus pés, cansados de caminhar.
Um dia aprenderei olhar para o alto
e tenho certeza que avistarei as
estrelas iluminando o meu caminho,
rasgando o espaço silencioso do meu ser.
Um dia sei que olharei, mais minha
cabeça balança e não alcança o espaço.
Minha cabeça não me obedece e sempre
me nega as luzes que brilham no céu.