Vejo teu corpo cansado
Franzino, roto, alquebrado,
Passando ao largo da vida
Com livros debaixo do braço.
Sem dinheiro no bolso,
Com um simples lenço nas mãos
Sem a alegria de sempre no rosto,
Nenhum traço de desgosto
Ou mesmo alguma emoção.
Parece-me perdido no tempo...
Ouvi dizer por acaso
Que tua poesia não teve aceitação
Não entenderam teu sentimento
Não entenderam tua emoção.
Tua poesia rasgada, incendiada,
Jogada no lixo.
Em passos apressados
Nas mãos recolheste os pedaços,
Nada sobrou, no entanto,
Do teu sentimento escrito.
Gosto amargo fel na boca...
Por coisa tão pouca,
Não deixe que te causem dor.
Ás calendas!Se não perceberam
Teu conceito do amor.