Sai por ai, para ver se via o sol.
Pois de mim ele se escondeu...
Então olhei as estrelas do céu se transformar em raios,
as nuvens claras se esconderam, a chuva caiu em meios
as folhas de outono e em meio prantos de solidão e de medo, vi...
A porta se abrir e de dentro da casa um vulto sair, de rosto coberto,
por um manto negro como a noite, estendeu suas mãos para mim e
em um abraço feriu meu coração, foi então que ao ver seu rosto descoberto
vi um rosto antigo de tantos sonhos com face enrugada lembrei-me de
um alguém que conheci em uma noite de outono e chorei baixinho...
Lembrei-me de um anjo ou um homem de olhos negros penetrantes, como
a noite de anos atrás e sem sentir a ânsia de rever sua velha amiga solidão,
amiga confidente e de descoberta de truques de fotografias de quadros guardados
em paredes enegrecidas pelo tempo que se foi, recordo as mesmas ilusões, os mesmos
sentimentos que nos uniu naquele outono...
Você...
Um lapso, um recado, um sentimento, um vazio, que acabei esquecendo de
esquecer, ou talvez uma constancia que faz do tempo um recado, para você...
Chegou o outono outra vez, os anos passaram como vendavais e olho pela janela
do tempo aberta, e passo embaixo dela todos os dias, na esperança de te
reencontrar, para matar quem esta me matando, essa saudade abrasadora
que me faz voltar todos anos neste lugar, nesta mesma época de outono.
Só para recordar e soluçar entre as lagrimas que o tempo se encarregou de não apagar...