A casa da fazenda,
era uma casa tão grande...
tinha as paredes escuras
a pintura envelhecida,
enfeitada com brancas cortinas
deste modo ficava clara e arejada
com ares de embranquecida.
Lá fora a rota do vento
pensava que a noite era sua
batia a porta do celeiro,
espalhava os gravetos,
derrubava os frutos das árvores
que escondiam os reflexos da lua.
No escuro da noite
naquela fazenda
as estrelas salpicavam
a textura rústica
do tapete de palha,
assim completava o bordado
das brancas cortinas de malha.
Naquela casa tão grande
havia objetos antigos:
artesanato de terracota,
uma minúscula bandeja
com duas xícaras de chá,
almofadas, quadros, flores,
a iluminaria cor de bronze
incidia uma luz tosca
sobre os polidos puxadores.
Ficava tudo em ordem
na casa da fazenda
uma mesa abençoada
nunca faltava o pão,
cadeiras com tiras trançadas,
sempre limpinho o chão,
um grande baú cheio de sonhos
servia de banco ao fechar,
também haviam dias ensolarados
e muita história pra contar.