Bem Vindos O que os homens chamam de amizade nada mais é do que uma aliança, uma conciliação de interesses recíprocos, uma troca de favores. Na realidade, é um sistema comercial, no qual o amor de si mesmo espera recolher alguma vantagem. La Ro

08
Dez 09

            Na vez primeira que vi você,

            Estranha coisa senti comigo:

            Feliz fiquei  sem saber por quê,

            Talvez,  sonhando com novo abrigo.



            Jamais eu vi uma coisa assim

            Que me prendeu este coração.

            Tão de repente, senti em mim

            O ardor em fogo de uma paixão.



            Sorriu-me a vida em feliz concerto,

            Vibrou meu ser em plena harmonia;

            Foi, neste encontro, tudo perfeito,

            Sorriu  minh´alma com que sentia.



            Ao ver você pela vez primeira,

            Tive paixão por doce  conquista;

            Adorei você - linda e faceira...

            E o amor senti à primeira vista.

publicado por SISTER às 11:49

11
Out 09


      Neste sítio, onde nasci,

      Floresciam cafezais;

      Terra cheia de magia

      E de encantos naturais.

      

      Todo o dia a passarada

      Acordava a bela aurora,

      Que trazia sol dourado,

      Com fantasias à flora.

      

      As arapongas da mata,

      Os periquitos em bando,

      No alpendre, o papagaio,

      Pombas-do-ar arrulhando.

      

      Com jacá de milho às costas

      Vejo, ainda, o nego Tião,

      Espantando mil rolinhas

      Do interior do mangueirão.

      

      A madrinha, com vasilha,

      Saiu, às pressas, da tulha;

      Assustada, de repente,

      Gritou logo pela Júlia.

      

      -“O que foi, Dona Sinh’Ana,

      É esse pato faminto”?

      -“Não! Não! Afasta pra mim

      Essa galinha de pinto”!

      

      E tico-ticos peraltas

      Ficavam o dia inteiro,

      Roubando farta quirera

      Dos patinhos do terreiro.

      

      No calor do sol da tarde,

      Garotos, no ribeirão,

      Banhavam-se em algazzarra,

      Vestidos tal qual Adão.

      

      E na areia do riacho

      Espreguiçavam-se patos,

      Sob os olhares amigos

      De dois cães e quatro gatos.

      

      A pobre vaca, a Laranja,

      Do Laudelino adquirida,

      Sofria ataque esquisito:

      Ficava doida varrida.

      

      Fazia-se rapadura,

      Quando se moía a cana;

      Os garotos alegravam-se

      Com garapa de caiana.

      

      À noite rangia o monjolo,

      Pilando porções de milho,

      Ou moía alvas mandiocas,

      Das quais provinha o polvilho.

      

      Na época da colheita,

      O cafezal era rubro;

      Colhia-se o café,

      Que secava até outubro.

      

      Os freqüentes mutirões

      Reuniam a rapaziada;

      À noite, o fandango e o baile

      Davam vida a madrugada.

      

      A gaita de oito baixos,

      Viola, pandeiro e violão

      Soavam, em serenata,

      E acordavam o grotão.

      

      Naqueles bailes de outrora,

      Dançava-se muito a gosto:

      O cavalheiro vestia

      Máscara preta no rosto.

      

      Quanta saudade do sítio,

      Do sítio, onde nasci,

      Pois lá nasceu minha infância,

      Da qual jamais me esqueci.

      

      Hoje mudaram-se os dias,

      Mas com sentimento e fé,

      Minha infância ainda sinto,

      Lá no sítio São José.


      

    

publicado por SISTER às 11:53

17
Set 09

   Quando num espelho simplesmente olho
      E comtemplo um fruto de tão linda vagem,
      Penso na Senhora que há tempo adoro,
      De quem gostaria de ver a imagem.

      A minha alma jovem, coração filial,
      Com saudade, ainda, muitas vezes sente
      Os teus leves passos - andar maternal,
      Que se aproximava do meu leito quente.

      Vinhas de manhã, ó minha querida,
      Com a saudação de um maternal sorrir;
      Talvez era ledo sonho desta vida,
      - O teu testemunho certo do porvir.

      Passaram-se verdes e inocentes anos,
      Alcancei viver a nona primavera;
      De ti me acerquei e te contei meus planos
      E feri o amor que em teu seio gera.

      Morreram os meses que no nada estão,
      Aos amados vindo... acheguei-me a ti,
      Sentido inclinei e te osculei a mão,
      Beijei tua face e... chorando parti.

      Já no despontar da minha vida a aurora,
      Sem levar em conta esta separação,
      Lês em mim com alma que festiva chora:
      "Mãe, sou coronária do teu coração".

      Agora compreendendo porque muito me amas
      - Porque sou semente do teu próprio ser;
      Com a luz do Sol de calorosas chamas,
      Tu a mim aqueces com o teu viver.

      O filho que tens, com especial carinho,
      Beijando tua fronte que tão longe mora,
      Vem pedir-te, assim, a bênção, bem baixinho,
      Deixando tua alma que saudosa chora.

   

publicado por SISTER às 14:16

06
Ago 09

Como que num espelho,

A inteligência contempla

Os pendores do livre-arbítrio,

Dom da liberdade humana,

Que se manifesta como sendo

Frente e verso, direito e avesso,

- Dom da escolha -

Terrível faca de dois gumes...



Oh, Liberdade,

Que circunstancialmente, lembra:

A mão que afaga, sendo a mesma que bate,

A língua que reza, sendo a mesma  que ofende,

A voz que aplaude,  a mesma que apupa,

Os lábios que beijam, os mesmos que manifestam ódio...



Oh, Poder de Escolha!

Oh, Liberdade,

Que nos leva à direita ou à esquerda,

Que nos faz avançar ou regredir,

Que nos faz felizes ou infelizes.



Por esse Poder divino,

tão  humano nos homens,

Chegaremos ao amor ou desamor,

À conquista ou à derrota,

Ao bem ou ao mal,

À vida ou à morte..





Deus nos criara livres,

Mas essa liberdade nos custa caro,

Pois somos cúmplices dos nossos atos:

Se fizermos o bem, seremos recompensados,

Se fizermos o mal, sem dúvida, punidos.



Punidos pelo remorso da consciência,

Ou pelo prejuízo da inimizade,

Ou pelo desprezo dos semelhantes,

Ou pela inclemência da doença,

Ou pela rejeição da natureza,

Ou pela lei dos homens,

Ou pela Justiça Divina.



Os caminhos são dois,
O da esquerda e o da direita.

Seremos, porém, felizes 

Se tomarmos o Caminho Perfeito.

E, na estação final, aclamaremos, com certeza, assim:

"Bendito seja, ó divino, mas tão humano, 

Dom da Escolha"!

publicado por SISTER às 12:03

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