O amor é, ou deveria ser,
o primeiro sopro de vida
no ato que fecunda
o nosso retorno a este planeta.
O amor está, ou deveria estar,
no seio que amamenta,
no acalanto que adormece,
na palavra que ensina,
no acompanhar do crescer
daqueles que trouxemos à vida.
O amor é a luz, ou deveria ser,
que resplandece, magnificente,
no beijo enamorado,
na carícia que aquece,
na entrega do prazer,
na partilha de vida
do encontro a dois.
O amor É.
O amor existe para nós e apesar de nós.
No entanto, por que um mundo
de tanta solidão e tão pouco amor?
Muitos de nós, não sabem discernir
entre amor e paixão.
A paixão a que chamam amor,
explode da cintura para baixo,
satisfaz os sentidos e morre no embrião.
E, enquanto trocam de paixões,
têm medo ou não são capazes
de reconhecer o amor quando ele chega,
simples como a natureza,
claro como um dia de sol,
alegre como criança em dia de festa,
suave como a brisa do mar,
aconchegante como um agasalho em noite de frio
querendo, tão somente, um coração que o abrigue
e esteja disposto a aquecê-lo, a cada momento,
até que se torne chama viva
que queima de um prazer completo,
pela entrega do corpo e da alma.
Muitos de nós perseguem o amor ao invés de vivê-lo,
jogam um jogo que não aprenderam a jogar,
constroem modelos para o imprevisível,
e talvez acabem esperando o amor eternamente.