O orvalho veste a Luz.
Pela poalha vão respostas
germinadas por aqui.
Pedras queimadas do tempo
preciosas irão ser
no húmus quente e sereno
do abraço universal.
O espírito, arado
em sulcos de gelatina,
circunvoluções terráqueas
do sempre virgem papel,
retém a desordem cósmica,
tradução antropomórfica
de muitas realidades
já reduzidas a cinza...
Entre os despojos do pólen
das nuvens, gritos d'Além,
ficou apenas espaço
para semear um verso:
E foi a primeira pedra
dum poema em construção.