Fito o céu repetidas vezes
Volto serenamente os olhos
Ao horizonte que ainda não sei
Há algo que me aguarda neste além
Que me suspira em êxtase
Despeço-me da descrença, do desamparo
E da noite que acordava em meus olhares
Não mais ao alcance apenas do destino
Da sorte ou de quaisquer acasos
Afrouxo meus laços
Desato nós invisíveis
Em que me prendia a mim mesma
Iço a âncora das possibilidades
Tenho a palavra possível
No azul que me navega
Entre o sonho e o sonho
Meus pés tocam e fazem os caminhos
No diálogo entre meus olhos e a imensidão
Dividimos a cumplicidade das sílabas
Que pronunciam meu renascimento
Celebram-me os lábios da vida...