Mudar, quem sabe, a forma de sentir
O que na alma vibra e faz doer
Prouvera eu saiba, e se souber; prover;
um pouco de ventura ao meu porvir.
Talvez que o céu me ouça o desiderato
E que o tempo decorra e substancie
Uma energia nova que alivie
A mágoa que profana o meu recato.
E usando de Camões, a fantasia,
direi que é verde a cor do chão que piso
como o nume, que o verbo reverencía;
E assim, de esperança faço o paraíso
que em sonhos se promete, em rebeldia
À crueza da vida que é preciso.