Bem Vindos O que os homens chamam de amizade nada mais é do que uma aliança, uma conciliação de interesses recíprocos, uma troca de favores. Na realidade, é um sistema comercial, no qual o amor de si mesmo espera recolher alguma vantagem. La Ro

08
Dez 10

A noite traz, às juras luminares,
Confidências, enquanto o mundo dorme.
A Via Láctea... Ah! Os meus sonhares!
Estrelas de um rosário... Céu enorme!


A noite de silêncio posta a voz
No monárquico frio da madrugada.
Flagelo glacial, deixai-me a sós!
Por Deus, deixai-me! Sim, a condenada!


O amor entregue à terra dos vazios,
Nas escolas noturnas, aos que queiram,
Em dias magros, secos, tão esguios!


Ir vê-lo no infinito. Ó grande astro! 
Em temporais de areia que incendeiam,
Matar-me no meu céu sem deixar rastro!


publicado por SISTER às 16:40

04
Out 10

Por que não viste ali brilhar a Lua?
Com seu vestal de prata ondeia o ar...
Fingida! Te enganou? Queria a rua.
À noite, tem mania de brincar!



A minha alma de medos confundidos,
Também os teus!  Se me fizeram rir?
Ai, amor, minha dor só tem gemidos.
Deixa a chaga!  Deixai-a pra dormir!



Minha janela é alta. Mal a vejo...
És linda, ó lua! Sou o teu cortejo.
Na ponta dos pés... Meu olhar te segue...



E, por amar-te, quis a poesia
Dizer do amor real... O que eu queria.
Passar por mim... Passou...e foi tão breve!


publicado por SISTER às 14:19

17
Nov 09

        Na madrugada dos*Noturnos de Chopin*
        Valsando nas esferas uterinas,
         Cintilância são meus sonhos de maça,
         Reentrâncias minhas formas femininas.


        Me embriago ... É o pulsar da lamparina
        Que balança  este fogo colorido.
        Se penetras meu recato de menina
        Me enlaço nos teus braços , onde fico!


        Misturado, a esse amor, todas as ervas
        Que, a noite, nos transportam com seu cheiro.
        Meus desejos que atendes sem reservas,
        São meus beijos no teu corpo, por inteiro.


        Nessa noite em que a brisa faz, calada,
        Nossos versos de amor em combustão
        Quando beijo, é tua alma apaixonada:
        Se tu beijas, é o meu próprio coração.

publicado por SISTER às 09:46

26
Out 09

Olha, amor, o jasmim em minha mão!

Os rios do meu agosto, aqui deixaram.

É tão alva a flor da nova estação

Dos meus olhos de mágoas. Já secaram!

 

 

 

 

De encantos, o perfume jasmineiro,

Excita a primavera de passagem:

Ora em beijos com o vento jardineiro,

Ora é ave sedenta d'outra margem.

 

 

 

 

Bem lá no alto, o sol, astro indolente

Exibe-se em calores sedutores

Mas chega e vai... É tão independente!

 

 

 

Fenece o dia...Ai,os meus amores!

Que a noite furta as cores, descontente,

Num céu de estrelas, mar de velhas dores!


 

publicado por SISTER às 07:39

04
Set 09

        Hoje me vi na novela.
        Ria o dedo, com a ametista.
        Salto, num pé. Uma artista,
        Um olhar de passarela.


        Hoje me vi na favela.
        Um gole de trago. Bendito!
        No passo, o maio ferido;
        Que dirá na primavera!


        Que seja a novela um ser,
        Ser-vindo a quem não se via,
        Quando a cortina descer


        E na favela o morrer.
        Aflita... Que fugidia,
        A vida não me querer.

publicado por SISTER às 11:24

24
Abr 09

                    Muros cinzentos... Tardes pagãs!
                    Rios frios, desmaiados, lamacentos
                    Flores de romã, os meus ungüentos
                    Molho que desfolho... Promessas vãs!
                    
                    


                    Partes distraído sem saber que fica
                    Na saudade meu pedaço de amanhã
                    Soturna cena a assombrar a vida
                    O vulto insepulto de feição malsã.
                    


                    
                    Choros outonais... Névoas e vertentes
                    O sino que se dobra torturado
                    Nas capelas como monges penitentes.
                    
                    


                    Não parta! Suplica a reza calada
                    À lágrima esquecida do passado
                    No beijo da primeira namorada.

publicado por SISTER às 10:34

30
Mar 09

      Lá, segues, à parte,

      Nas mãos de um estranho.

      Confesso o maltrato

      Que agora no prato,

      Servido à la carte,

      É o gole que arranho.





      Partiste com restos

      Fugidos do dia,

      De horas pacientes,

      Tão benevolentes,

      Mimando com versos

      Minha analgesia.





      Indomados escritos

      Das tantas folias

      Que no pensar trago,

      A dança, o bailado

      Libertos dos ritos

      Das longas homilias.





      Contigo o encontro:

       

      Me via... Me sou...

      Perdi a agenda,

      O espelho e a venda,

      No riso que é o outro

      Que a raiva quebrou.

publicado por SISTER às 08:15

21
Nov 08

            Carrega como escombro,
            O peso de cada ombro,
            Um homem e seu caixão.

            Sim!  Não!


            Passo a passo, o dia turva.
            Encostado a vida curva,
            Comprimindo a procissão.

            Sim! Não!


            E um som desamarrota
            Quando os pés viram cambota,
            E mais cedo dormem ao chão.

            Sim! Não!


            Se o horizonte traz sobras
            A morte perpassa as rogas
            De um rezador folião.

            Sim! Não!


            Vai para baixo, ao contrário!
            Que nos salve o imaginário,
            Céu, estendendo-nos a mão.

            Sim! Não!


            Procissão das pernas tortas,
            A pensar-se  gaivotas,
            Sem nunca sair do chão!


            Sim! Não!

            Sim! Não!

            Sim! Não!

publicado por SISTER às 11:24

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