Bem Vindos O que os homens chamam de amizade nada mais é do que uma aliança, uma conciliação de interesses recíprocos, uma troca de favores. Na realidade, é um sistema comercial, no qual o amor de si mesmo espera recolher alguma vantagem. La Ro

30
Jul 10

Sonho verde e sem um lema
nesse esquema contradito,
louvo o mito e a voz suprema
só blasfema em tom restrito.

Sonho verde e faço planos.
Sem enganos traço o rumo.
Sempre assumo meus arcanos
e aos insanos me acostumo.

Sonho verde e meus encantos
em recantos de ternura,
na censura dos meus prantos
colhem mantos de amargura.

Sonho verde, sem quimera,
nessa espera saturante,
e oscilante, a primavera ,
faz-se mera visitante.

Sonho verde, mostro o riso
indeciso e mal treinado,
derrotado de improviso
pelo siso do passado.

Sonho verde, viso o Norte
sem a sorte e sem temor.
Com ardor engano a morte!
Passaporte é sem valor.

Sonho verde e a nau liberta
só desperta no infinito.
O Bendito, já em alerta,
acoberta o circunscrito.

publicado por SISTER às 13:37

14
Mai 10

Se falas de amor e então me perco
nos véus de anil, num doce envolvimento,
não me distraias, esse é meu momento
e força alguma adentra este meu cerco.

Se me falas de amor, não te asseguro
que sejam plenos meus ouvidos loucos
e lembrarão das juras dos bem poucos
que ousaram desvendar o meu escuro.

Se me falas de amor, eu te garanto
que rosas desfolhei num longo pranto
na espera vã de alguém que vi partir.

Se me falas de amor, estejas certo:
serás mais um oásis no deserto,
uma reserva azul no seu porvir.

publicado por SISTER às 10:43

Ao teu ouvido digo, meu amado,
que um sentimento, embora nos encante,
soçobrará em fel no peito amante
se lhe faltar as regas e o cuidado.

A voz que toca ouvidos em surdina
ou, tresloucada, geme de prazer,
encanta o ato e, mesmo sem querer,
é luz que ofusca a cena que domina.

Doce ternura o canto-mor desperta,
(do azul coral vestido de divino)
ao aplaudir o sonho que liberta.

A melodia, então, se torna um hino,
clamando ao tempo, em prece quase certa,
que exista, de verdade, o tal "destino".

publicado por SISTER às 10:41

12
Mai 10

O amor que posso e não me foge à rima,
despede a farsa ao projetar um rumo
do eterno sonho, mesmo que deprima,
no fim do acaso que se fez sem prumo.

O amor que sinto peca, na verdade,
no alar sem jeito de um velado canto,
nos tais momentos de sentir vaidade
em que me envolve seu dourado manto.

É muito o preço que me cobra a vida
em festas tantas de um bailar sereno,
em palcos quantos... Fala indefinida

que pouco dura, no cenário ameno,
mas que embeleza a dor da despedida
na tela fria, azul de metileno.




publicado por SISTER às 16:59

12
Mar 10

      Escondo-me!
      Não mais vertente,
      fujo do aparente.
      Calo o amor que a gente sente.
      Melhor é sentar no vazio,
      apagar o pavio.
      A macieira secou,
      a serpente rolou
      no barranco dos afins.
      Nem meios, nem fins.
      Pior aqui:
      só Pedros e Joaquins.
      Hiberno!
      Saio do que fiz  meu inferno.
      Desuso!
      Não uso, não abuso
      nem chupo parafuso.
      Tempo de plantio!
      Estou de olho na maçã...

publicado por SISTER às 13:27

16
Dez 09

      Oferta-me a ternura que levanta
      o brilho  que esqueceu o meu olhar
      no tempo em que o sonho era a planta
      regada sob auspícios do luar.

      Espanta o desencanto, a amargura,
      o medo de sorrir sem falsidade...
      Desperta o meu desejo, sem censura,
      perdido nos desvios da saudade.

      Abraça-me! Preciso desse alento,
      do frescor a chegar com novo vento,
      liberto do furor dos vendavais.

      Abraça-me! É só nosso este momento
      a selar um antigo juramento
      no altar-mor derrubado por iguais.

publicado por SISTER às 16:43

06
Mai 09

Vives teu credo e teu céu,
faminto de fantasia,
na taça de engodo e fel
em berço de nostalgia.

Vives a fama do mito,
a glória fingindo alerta,
ouvidos surdos ao grito,
verdade que não desperta.

Vives em ouro o prazer,
auspício dessas bonanças,
buscando pelo querer
na fé que não mais alcanças.

Vives o sonho em poesia,
enjaulado na loucura
da etérea e triste magia,
num apagar da ternura.

Vives em plena utopia
sem rumo, sem direção,
desperdiçando energia
no vôo da contramão.

Vives, talvez 'inda vejas
as águas das velhas fontes
correndo puras, sobejas,
desvirginando  horizontes.

publicado por SISTER às 08:39

25
Mar 09

      Eterna saga, vanguardas oscilantes
      e, como dantes, a voz  se faz perdida.
      Em despedida, tropeçam os amantes
      no diamante da lágrima  retida.

      Ligeiro, o tempo se vinga e a agonia,
       à luz do dia, derrota a lucidez.
      Não foi a vez...Venceu a covardia
      em maioria, sem chance de um talvez.

      É sempre assim, a história mal contada,
      embolorada, se perde no rascunho
      do próprio punho que dele se perdeu.

      A dor do luto, no auge, amordaçada,
      do tudo ou nada recusa o testemunho
      que agora cunho, sem fé, num céu de breu.

publicado por SISTER às 07:43

05
Fev 09

     Voando nas alturas rompem asas
      daqueles que procuram pelos sonhos,
      e quando não alcançam, quão tristonhos
      são martírios dançando sobre brasas.

      Morre a chama, aventura malfadada,
      morre o sopro, ilusão que se perdeu...
       E eu pergunto: Onde foi que se escondeu
       a beleza que um dia foi sonhada?

      De que valem as asas remendadas
      se até mesmo a vontade soçobrou
      nos descuidos das minhas madrugadas?

      Mas os versos, amigos de jornada,
      vão surgindo no tempo que restou
      desse tudo que agora é quase nada.

publicado por SISTER às 10:06

12
Out 08

    O tempo galopa

    desbravando o infinito,

    levando o meu grito

    como meteorito

    para o espaço sem fim...

    

    O tempo se compadece

    do sonho desfeito,

    das mágoas do peito,

    do amor imperfeito

    que me fez assim...

    

    O tempo não destrói

    a beleza da paixão,

    o tema da ilusão,

    a meta da oração,

    o cheiro do jasmim...

    

    O tempo não conserva

    a maciez do meu rosto,

    o sabor do meu gosto,

    o ombro do encosto

    que oferecias a mim...

    

    Mas o tempo não apagará

    os laços da amizade

    que me prendem a ti!

publicado por SISTER às 10:13

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