Vejo a vida passar lentamente
Sinto as feridas sangrar
A dor que se apossa em todo o meu ser
Do corpo!...
Da alma sofrida, esquecida!...
Implora o ser
No grito silencioso e sufocado...
A solidão venenosa
Que aos poucos
Vai matando em doses homeopáticas...
O coração que resiste e teima!...
O querer amar, desejar
Encontrar seu par...
A lágrima rola dolorida, sofrida
Tenta lavar a alma, buscar a calma
Dizer do amanhã, se haverá
Da felicidade sonhar!...
Acreditar no amar
Ser possível o inatingível, poder tocar
O amor sem barreiras, sem fronteiras
A entrega total, e ideal...
Viver as verdades do real, e normal.
Treme a mão que escreve, e chora
Tece o verso rimando amor e dor, com ardor!...
Sofre o poeta que é amor, sonhador...
Dia após dia, meses e anos
A vida passa, como nuvem de fumaça!...
No futuro a esperança, em ser criança
Do passado, lembranças que marcaram
No presente a sede de viver, e esquecer.
Solidão
Algoz que escraviza, e martiriza!...
Desejos insatisfeitos, mil loucuras
A desilusão destruindo sonhos, ganha espaço...
O cristal transparente, lapidado
Diz do amor tão inseguro
Partindo-se em mil pedaços, em estilhaços
Diante da busca incessante, e frustrante
Do amor sonhado, e desejado...
Da sede insaciável, interminável
Do querer que não acontece, e que fenece!
Em versos esvai-se a esperança...
O amor naufragado na lembrança...