Quando eu morrer em véspera tranqüila,
Num pôr-do-sol de goivos e saudade,
Da velha igreja, que a Madona asila,
O sino grande a soluçar Trindade;
Quando o tufão do mal que me aniquila
Soprar minh´alma para a Eternidade,
Todas as flores dos jardins da vila,
Certo, eu terei da tua caridade.
E, já na sombra amiga do cipreste,
Há de haver uma lágrima piedosa,
A edênica gota, a pérola celeste,
Para quem desfolhou, terno, e as mãos cheias,
O lírio, o bogari, o cravo e a rosa
Pelas estradas brancas das aldeias.