Pode nascer dum simples olhar
um trejeito, um sorriso um piscar
um cafe, um vinho, um jantar
uma musica que convide a dancar
ao deitar. olhar a saio a cair
paixao, um baloucar antes de dormir
Pode nascer dum simples olhar
um trejeito, um sorriso um piscar
um cafe, um vinho, um jantar
uma musica que convide a dancar
ao deitar. olhar a saio a cair
paixao, um baloucar antes de dormir
Teu beijo é de mel docinho
Tua face charmosa de cor
Teu sorriso brando, de carinho
Enche meu coração de amor
Não me esqueço do sonho
Tua imagem está na lembrança
O teu grito longo e medonho
Outra vez, não tenho esperança
Terno e prolongado teu beijo
Vivo, sincero não a sonhar
O mel de teus lábios eu desejo
Vivo meus dias nele a pensar
Quero-o ainda mais sumarento
Como o que recebi a sonhar
Os dois de estrela em estrela
Braços cruzado num balouçar
Serrados em grande desejo
Num gozo de prazer e amor
Encontro das estrelas e lampejo
Acordo em jardim sem flor.
era manhã , via pela janela ao passar
sentia saudases dum conpo assim
desejos de querer amassar
aquela rosa que ria para mim
sempre me atraiu uma mulher
de colmeias a poder extrair mel
lábios carnudos capas dedo bem espremer
se o resto do corpo não sentir fel
ao entrar tudo o prazer
meiga açucarada, desejoso de a lamber
se eu descobrisse mais alem
lábios grossos apertadinhos
tremem com nossos beijinhos também
são labareda a arder
os nossos desejos a espremer
Mas eu apenas procuro viver e fazer viver
Quantas vezes lágrimas dos olhos a chover
Por vezes apenas te tenho a ti para amaciar
A grande dor que sofro e estou a passar.
Sim, é Natal! Para mim tem sido amargura
Muitas luzes, e a minha vida mais escura
Rosas desapareceram que havia em mim
A terra dura e infértil, terminado meu jardim.
Não há milagres que possam aliviar o sofrer
Talvez tu me darias um pouco de alegrias
Mas vejo as noites chegar o dia amanhecer
Arrasto-me, e sempre o mesmo, todos os dias.
Espero sempre um dia, que chegue a esperança
Mas a música está a se acabar nesta dança
Pedirei para parar ou tocar mais devagarinho
Estaremos a dançar, e veja quem nos alcança!
Era eu pequenino quando meu pai morreu
Logo me diziam que o pai fugiu para o céu
Eu não sabia onde era, e então perguntava
Respondiam-me, é de quem morre morada.
Fiquei sem pai então odiava, morada e céu
Minha mãe chorava quando eu pedia Pão
Irmãos na escola pouco mais velhos que eu
Ela não me dava nada apertava-me ao coração.
O pai deixou de ser pai, vida é de quem ficar
Minha mãe definhava, noite e dia a trabalhar
Seus cabelos embranqueciam, e olhos de chorar
Sentia seu sofrimento para ela nos poder criar.
Com toda esta pobreza cresci, amei e casei
Os filhos foram nossa primeira e grande fortuna
Como pai não queria que falta-se coisa alguma
A pobreza na terra era grande, então imigrei.
Trabalhava duro, a meus filhos nunca faltou pão
Carinhos, brinquedos lições, dois seres os amou
O ser pai traz no seio amor respeito e educação
Sentimento tão grande pelos filhos, é adoração.
Ser pai é dar aos filhos, bicicleta chuteiras e bola
Dar-lhe livros e cadernos, uma palmada na tola
Sentar-se conversando pondo mentiras de lado
Para seguirem verdades em sua vida de casado.
Sou criança, estou crescendo um dia cada ano
Assim meus filhos quer que eu seja ainda menino
Tanto ter feito como pai, seguindo nosso plano
Desenhado por alguém que traçou nosso destino.
Encostado ao tronco da árvore, Alcino punha a cabeça entre as mãos e pensava... pensava nas voltas que a vida dá... Balia deitada no seu regaço talvez dava desanco à vida que no seu ventre saltava...
Alcino pensava no poder que tinha tido desde que encontrou a cobrinha dos olhos azuis; a felicidade que viu em tantos rostos estampada com as acções das fadas e da magia de sua madrinha: elas eram o condão do bem, da igualdade, da prosperidade; eram o flagelo do egoísmo, da inveja e da superioridade.
Seu reino foi destroçado depois de milhões de anos ter servido a natureza.
Verdade que tudo tem um fim; nós com nossas acções também estamos a preparar o fim deste paraíso...
Alcino pensava que não poderia ficar muito tempo naquele lugar deserto, onde toda a gente sofria incluindo os animais, que não se viam nos arredores.
Alcino baixou-se e beijou aquele amor, animação de sua vida; ali estava uma deusa do amor no seu regaço adormecida.
Sabia que só poderia viajar nas asas do luar... e o saquinho só poderia por e retirar um desejo... mas moderadamente poderia fazer bem a outrem com a magia do saquinho.
Agora apenas esperava Anisa para esta menina poder tomar um banho de água límpida... e a agua perdida ir regar um talho de nabiças com a semente que retirou do saquinho, depois talvez fosse viajar quando chegasse o luar.
Alcino tinha visto que a salvação daquele terreno ressequido seria um paredão em açude no fim da montanha, para salvar toda as aguas das invernias, e manter o terreno fértil no tempo de seca, para que o lago tivesse sempre agua e manter a vida aquática e os animais de que se poderia ver diversas carcaças por aquele deserto ressequido.
Carmina disse... teremos de acabar hoje a esteira com os juncos que restam... Xavier esse será teu trabalho depois dos deveres escolares...
Xavier foi abraçar a mãe, pedindo. mãe; deixa-me ir contigo ver o Homem branco e a mulher de cabelos de ouro... serei sempre bom aluno.
A mãe disse; poderás, ao chegares da escola e com a grande cabaça trazeres água para casa.
Xavier ficou um pouco amuado, mas compreendia que sua mãe tinha razão... estava ciente que na escola se funde a chave que abre todas as portas... disse; mãe diz ao homem que me espere, talvez tenha fumo para mim.
Carmina riu... chamando-lhe invejoso...
Alcino como um chimpanzé tinha feito na árvore uma cama de ramos onde passaram a noite...estava na hora do banho e do almoço...Balia junto a bomba da água toda nua, era como uma deusa de beleza a caminho de ser mãe...
Alcino embelecido fazia a água sair da bomba de bambu, e se encaminhado para o talho das nabiças, que em breve iram despontar... estes depois do banho estavam a preparar uns ovos de tartaruga que encantaram em terra bulida acima da árvore.
Anisa correu à frente da mãe para ser a primeira a dar os bons dias, beijar Balia e Alcino e anunciar sua mãe Carmina.
Alcino e Balia riram...e olharam para a mulher que chegava, um pouco envergonhada, mas sua tez alem de esmirrada pelo trabalho e talvez fome, apresentava um ar nobre e ainda com muitos traços de beleza, mas escondidos pela poeira entranhada nos poros.
Carmina afagou a barriga de Balia, com as lágrimas a escorrer... talvez lembrando-se do homem que desapareceu de sua vida.
Alcino encaminhou-as para a bomba de bambu dizendo, refresquem o corpo, creio que alguém poderá ver a pureza de vossos pensamentos.
Alcino do saquinho retiros roupa fresca e a entregou a Carmina, e um lindo vestido para Anisa... com calcinhas que esta nunca tinha sentido em seu corpinho de anjo alegre...
As duas se refrescaram; nunca tinham sentido água tão clarinha retirar dos seus poros apenas limpos pelo suor... o cheiro do sabão que lhes foi entregue com os vestuários, era de um cheiro tão suave que criava amor pela vida.
Alcino falou a Carmina do seu projecto de captar as águas da montanha, dizendo este deserto pode ser dos terrenos mais prósperos da redondeza.
Mostrando-lhe como pescar na terra, dizendo este e o grande segredo, não deveis retirar mais que um peixe por dia; isto para quando houver águas haver vida no lago.
Anisa ainda falou de seu irmão Xavier que tanto queria ver o homem do saquinho e a mulher de cabelos de ouro...
Alcino disse, espero aqui por teu irmão, muito antes do luar chegar... esta rodava e queria dançar fazendo roda com seu vestido novo...
Alcino disse vem com teu irmão, quero ver essa maravilhosa dança do suam num lago sem água.
Anisa ainda perguntou... Senhor, porque Deus não fez muitos saquinhos como o teu?... Haveria menos pobreza.
Alcino disse; sim, Deus fez muitos saquinhos vazios, o povo os enche, para os barrigudos dos padres e bispos retirar tudo de dentro, para eles.