O alvor desponta na manhã cinzenta.
Meu olhar dispersa através da janela.
Envolta na inércia que me desalenta,
rascunho na mente uma nova aquarela.
Nesta apatia, a inspiração foi embora.
A agenda sem compromissos, vazia...
Onde está a rima que não mais aflora?
Morreram meus versos, não há poesia.
Tons sombrios emolduram a natureza.
Vez ou outra se ouve o tilintar da garoa
que lentamente me inunda de tristeza,
e o fantasma da saudade me povoa...
Tentativas de recomeçar o inacabado,
exaustiva busca onde já não há nada.
Sombra submersa em recente passado,
tela de um pintor que ficou inacabada!