Esse Ser que me faz ser,
veste o brilho das chuvas de prata,
sem molhar ou queimar,
amoroso olhar a me cobrir.
Chega manso,
nas horas mais necessárias,
se faz, enérgicamente compreensivo,
no seu colo infinito.
Clareia meus pensamentos,
varre comigo,
todos os negativos passados,
Ajuda-me nos projetos,
mal começados,
desembaraça os mais atrapalhados.
Aconselha-me a não esperar flores,
que, eu, construa meu jardim.
Não determina meus caminhos,
presenteia-me com várias opções.
Observa o meu dia,
verifica o meu comer,
Atende o meu pedir,
dando-me paciência,
para aguardar.
Antes que a noite avance,
conduz-me ao leito,
afaga meu coração,
e, com Êle, atento,
encontro a paz.

Essa permissão,
que nos damos em silêncios ouvidos,
em palavras emudecidas,
em ausentes presenças,
somos nós,
nos entendendo.

Converse-me,
      conserve-me atenta,
      com qualquer final..

      Baixe seus olhos,
      abaixo do horizonte,
      pouse-os em alguém..

      Amasse a mágoa,
      entorne muito amor,
      retorne, sem flores...

      Encante-me sem cantar,
      falseie não,
      o seu falar.

      Nada a perder,
      tudo a jogar,
      mansuetude fez seu lugar...

      Chegue logo, logo,
      com ganas de me ganhar.
      Estou me indo dessa triste estória,
      aguardo diferente andar..

  Caminhos me são ofertados,
            por vidas diversas,
            que escolho fazer.
            Dado à mim,
            foi, também,
            o senso,
            que decido ou não,
            ser o certo.
            Navego nessas minhas escolhas,
            tentando,
            que o melhor prevaleça.