Pela incógnita dita como verdadeira
      vão meus versos se espalhando
      pra alcançar a parte alvissareira
      que se esconde entre as farpas corriqueiras
      daqueles que ainda estão se achando.

      Tão sábia sorte que um dia me deixou
      com meus navios singrando em mar escuso
      está consigo a vontade que levou
      metas precisas que o idealismo estragou
      naufragados no meu insano confuso.

      Hoje navego ao lado da hipocrisia
      que se reveste com a capa do louvor
      combatendo o que acha heresia
      manchando a fala quando fala de amor.

      Volta meus versos! diga a mãe poesia
      que não pretendo nesse mundo conviver
      com chavões que demonstram a covardia
      que impera impunemente em cada Ser.

      Quando te namoro, é quando no céu a lua
      Transparece em prata espelhando o céu no chão
      E  reflete com fulgor a imagem tua
      Que me insemina com o vento o seu clarão.

      E vejo em mim a promessa então jurada
      Que respondes com o eco desse amor,
      Resplandecendo-me em eterna namorada,
      A bem amada, aquecida em teu calor.

      Quando me negas a respirar tua presença,
      Escuto o canto que em ti eu já cantei.
      Se me demoras aflige em mim a tua ausência
      E me enamoro da saudade que embalei.

      E assim vamos namorando no caminho
      Cheio de chuvas depressivas do que choro,
      Envolvendo nosso encontro de carinho
      Estreitando-me quando teus olhos namoro.

      O encanto dos tempos idos vai dizer-te,
      Na hora que a fogueira se apagar,
      Que ninguém mais do que eu, há de quere-te,
      Pois deste amor muito tens para lembrar.

      Meu amor...
      Como eu sinto tua presença
      ao lado de minha esperança;
      escuto tuas idéias carinhosas
      e minha vida se transforma
      em um colhido buquê de rosas.

      Meu amor...
      Estarás eterno presente na minha
      vontade imensa de te encontrar;
      de abraçar teu corpo cansado
      fazendo-te vibrar
      dentro de meu abraço apertado;
      segurar a tua mão e nunca, nunca te deixar.

      Meu amor...
      Vamos juntos viajar...
      percorrer o infinito de nossos sonhos,
      deixar atrás de nós tudo que for tristonho.
      Só a alegria,
      perene e essencial
      existirá nesse cantar.
      Percorrer a campina florida
      de um bosque abrigado pelo afã de nova vida.
      Colher beijos espalmados em nossos desejos,
      glorificar os momentos
       onde havemos
      de eternizar
      a serenidade de nossos sentimentos.

      Meu amor...
      só nós dois... e o ardor
      secretado na aba dos nossos pensamentos.

                            Quero sentir o perfume do teu corpo,
      que exposto,
      inebria o meu gosto
       como um mágico deus.

      Extasiar minha fantasia;
      explorar com maestria
      o cheiro envolto
      no adocicado solto
      que explode do meu.

      Salivar malícias,
      inventar caricias,
      surpreender o olfato
      nesse odor que reparto
      incentivando os teus.

      Deliciosamente inebriada,
      excitada...
      Emitindo gemidos de ânsia ofegada,
      acariciando
      maliciosamente
      tua nudez ofertada.
                   

      Viajamos numa nave que cruzou o infinito
      e aterrisamos nesse prado repleto de flores;
      acomodou-nos um planeta  soberano e bonito
      mas que abriga em seu bojo imensas dores.

      Existimos como parte de sua natureza,
      em bandos formamos colônias de egoísmo,
      atravessamos inseguros essa cruel correnteza,
      para colher na estação os frutos do excentrismo.

      Nada concebe nessa escolha a formação
      de colocarmos sempre amor em nossas suplicas;
       uma vã filosofia muda em nós a direção
      destruindo-nos a fortaleza em fases lúdicas.

      Falta de entendimento prolifera em  bocas frígidas
      imperando idéias de massacres;
       vivemos para ser cobaias vivas
      De um Deus que nos prende com seus lacres.