Desde o escuro passadiço
Que me toma inteiro,
Para o silêncio navego.
Para escutar seu canto.
Que procuro, onde todos
Se remoem de angústia,
Por saber-se incertos
E perdido o caminho?
Sinto-me atraido pelo pálido
Semblante do silêncio,
Sem limites, absurdo,
Absoluto e austero?
Talvez ele me defina
No produto real:
Encontrar o poema
Como habitante verdadeiro
Deste lugar lento
Que as vezes me completa.
E é ali, no silêncio,
Onde o pássaro canta,
Com gorjeos de rimas,
A diáfana carícia
Da estrofe que brota.
O coração exala
Um hino de alegria
Cantando lá nos céus
Do poema que nasce.
E desperta a alma!
E o corpo inteiro se atira
Em charcos de poesia,
Em exuberantes bosques
De imagens que vêm
Ocupar os seus castelos!...
E é então que sinto
Que esse mundo é meu amigo,
Minha fonte inesgotável
De sons tão meus
Que me realizam com presteza,
Simultaneamente minha pluma
Vai ocupando os brancos
De um papel que se enche
Com música de versos
Brotados do silêncio.
Alberto Peyrano
Que me toma inteiro,
Para o silêncio navego.
Para escutar seu canto.
Que procuro, onde todos
Se remoem de angústia,
Por saber-se incertos
E perdido o caminho?
Sinto-me atraido pelo pálido
Semblante do silêncio,
Sem limites, absurdo,
Absoluto e austero?
Talvez ele me defina
No produto real:
Encontrar o poema
Como habitante verdadeiro
Deste lugar lento
Que as vezes me completa.
E é ali, no silêncio,
Onde o pássaro canta,
Com gorjeos de rimas,
A diáfana carícia
Da estrofe que brota.
O coração exala
Um hino de alegria
Cantando lá nos céus
Do poema que nasce.
E desperta a alma!
E o corpo inteiro se atira
Em charcos de poesia,
Em exuberantes bosques
De imagens que vêm
Ocupar os seus castelos!...
E é então que sinto
Que esse mundo é meu amigo,
Minha fonte inesgotável
De sons tão meus
Que me realizam com presteza,
Simultaneamente minha pluma
Vai ocupando os brancos
De um papel que se enche
Com música de versos
Brotados do silêncio.
Alberto Peyrano