Dói em minh'alma
o que cresce quente
ramagem calma
cruz que se arrasta
na lama, na lava
rastro que alastra
desfiando entes
A larva a leva
a procissão, a confusão,
profusão de gentes
Dói em minh'alma
a queima das fadas
bruxas da inocência
desespero em cores
íntimo do verde
árvores tombadas
aves e a ausência
de baluartes.
Dói em minh'alma
a desesperança
arteira arte,
farta de enfartes.
Dói em minh'alma
a calma de pensar
a criação desta criança
dó de nós, prolongamento
no cinza do vento
de nunca ser, advento.
Rima em mim
o azul deserto.
Dor de subir
a dor que dói em mim
dói em aberto
dói profundo
porque de doer
dói o mundo.
No ir embora,
na hora chegada
no saltar fora
deste planeta
e partir
na medida certa.
Doce ida estrelar
luz corrida sem pensar,
escorregar
no jeito de ir...
...de morte morrida
pela parcela escondida
da vida.
Vontade de dormir,sonhar
e assistir o sistema solar
Elane Tomich Poesias