Longos anos escritos sob a regência de amor inigualáveis,
Amor pouco à pouco semeado pelo caminho
deixando marcas tão profundas que algumas
nem mesmo o tempo apagará...
Se dias se fizeram com o sol, outros; foram de tormentas e frio,
Mas, sempre unidos a aquecermos nossos corações,
suplantamos pelos perigos e tentações...
Por vezes tropeçamos e avante fizemos com que um simples tropeço
nada pudesse importar
diante da dimensão de nossa história...
Assim fomos por muitos invejados,
Prosseguimos, crescemos, fomos luz...
E, por onde passávamos, mesmo os invejosos,
bem ao fundo falavam: Queria ser assim.
Meio há este tempo
sem que percebêssemos estávamos exaustos.
Continuávamos, sem que pudéssemos enfim parar o tempo...
Olhar um ao outro e perguntar:
E agora, vamos enfim ser felizes?...
Não deu tempo...
Meio a toda esta turbulência surgiu
tal como no princípio, a tentação...
Ai foi tarde te perdi...
Os sonhos arruinados e tudo que era jardim
aos poucos se tornando charco, deserto, um jardim de forcis!
Hoje teus olhos são olhos tomados por uma névoa
não consigo mais ver o brilho de teus sentimentos
tua frigidez é tocante...
Vejo-te partindo cada minuto, cada dia...
Ao anoitecer não consigo nem ao menos projetar tua silhueta
o que antes me fazia companhia pouco à pouco tu mesma
foi tornando-se algo estranho, diferente...
O amor pautado, dividido,
do amor prometido como eterno, saudado por anjos;
esperança de muitos, do carinho,
da confiança; do respeito, do puro, diferente de quem tanto amei...
Tu foste flores lindas em meu viver,
Mas hoje tu és a corbélia a aguardar meu final!
Paulo Nunes Junior