Tinha quarenta e cinco... e eu, dezesseis...
Na minha fronte, indômitos anéis
Vinham da infância, saltitando ainda.
Contavam dela: - Já falou a reis!
Tinha quarenta e cinco... e eu, dezesseis...
Formosa? Não. Mais que formosa: linda.
Seu olhar diz: Seja o que o Amor quiser
A verdade planta que os meus dedos tomem!
Mas quase sem ruído,
Na carne ao abandono
O hálito do sono
Desce como um vestido...
Pedro Homem de Mello