Em tudo quanto escrevi,
só ao prezado leitor devi,
o acerto, da palavra -
que, como na terra, lavra,
e deita fora os excedentes,
cuidando das sementes.
Nunca fui, senão eu,
e no verso, o que era de meu;
aquele que diversificou,
no poema, o que lá deixou -
imaginação a aflorar
na folha querendo ficar.
Miles de folhas, dactilografei
(e, de mim mesmo, que sei?);
que sou o nada e o tudo,
neste imenso e verboso mundo.
E nada anseio e nada quero -
de sonhar, então me esmero.
Depois do livre pensamento,
e de ter o seu consentimento,
a mim me venço,
e já me pertenço,
logro então o que julgo saber,
e em rima ou não, sói escrever.
Não sou poeta de um só "tema",
tudo pois tem seu "dilema".
Mais afirmo, que poeta
de uma só "filial, não tem espoleta,
prata explosão,
nem golpe de asa, mais à mão.
Escreve por repetição.
Oh, tamanha desilusão!
Já está tão viciado,
o pobre desgraçado,
que se torna artificial,
como se fora um desgastado ramal.