Bem Vindos O que os homens chamam de amizade nada mais é do que uma aliança, uma conciliação de interesses recíprocos, uma troca de favores. Na realidade, é um sistema comercial, no qual o amor de si mesmo espera recolher alguma vantagem. La Ro

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Fev 11

      Meus «eus», quando diversos,
      de sonharem-se são dispersos,
      dizem «sim» e «não» os loucos,
      fúteis eruditos, como poucos. 

      Já que por vezes são irascíveis,
      não há no mundo impossíveis,
      e parto espelhos, e cinzeiros,
      gatos pretos, miles reposteiros.

      E este meu ser, sempre febril,
      dá-se mal, com os ares de Abril,
      em que o pólen serena no ar,
      diria: só e só para me contrariar.

      Sou um em muitos a me pensar,
      duplo ser, que preferiria sonhar,
      aí, debaixo dessa árvore carnuda,
      e que, minha boca, fosse já muda.

      Mas, que faço eu, com a poesia?
      Ao poeta, sua Sorte não lhe fugia,
      mesmo que quisesse outra coisa
      ser, no seu dia: ele já é essa coisa.

      Então retomo com os meus Entes,
      todos eles em si muito diferentes,
      personalidades fortes, ou frágeis,
      cabe a mim moldá-los: as imagens.

      Sempre um verso, que escrever,
      na esperança que outros o vão ler,
      e quer gostem ou não gostem nada,
      deixem sinal da sua breve passada.

      Não! Não me dêem vinho, a beber!
      Quero estar lúcido, ao escrever!
      Que do passado, que foi tão só meu,
      a muitos, pai e mãe, entristeceu.

      Este é o Fado de um poeta, versar
      sem parar, a nos seus leitores pensar,
      como se fosse para si o que rima
      na folha, quando este, enfim, se atina.

   

publicado por SISTER às 14:14

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