Vento, que passas, e és livre no querer,
Quem te disse a ti que és brisa sem sofrer
As agruras do tempo, que passa lento
E lento é o seu correr no firmamento?
As árvores dão por ti logo ao alvorecer,
Quando ainda mal acabaste de nascer.
Tempo que te diz a ti o velho vento?
Que é vento e vento será a barlavento.
E é nas folhas que deixas todo o teu poder,
Quando te fizeste momento breve
De um breve momento, a se parecer.
Vento, que te diz o tempo, ao esmaecer?
Que é tempo, e vento será na verve.
Ah, quem me dera, aqui, todo o teu viver.
Jorge Humberto