Todas as noites quando certa hora
se aproxima, decido não ir, acabar
de uma vez com esta dor cambaleante.
Entre o tempo e o espaço da palavra e
do pensamento, já me encontro no
exato local, estonteante.
Reminiscência de um passado mal passado,
tento descarregar quase o peso do mundo,
não quero mais sentir esta dor cambaleante.
Posso ouvir o canto do silêncio, um eco-mudo
que me desnorteia, me assusta e eu digo para
mim mesma que não vou chorar...
Mas entre o tempo e o espaço do meu querer,
os meus olhos já estão brilhando...
Marejando.
Naidaterra