Amarro-me em beijo intenso
e caio de morte e medo
em pouso de lábios breves.
Cansei de viver aos trancos,
desnutro-me em grãos de susto
onde um tufão imenso
_nem era, era só entulho_
tropeça em tempos graves
e passa como entreato
do drama onde não atuo
ao desabar do barranco
_apaludo a histeria em surto_
E, findo o primeiro ato,
sucatas de uma sonata
são ecos dos meus recuos
que de proteção, me excluo.
Torrentes levam ao degredo
correntes, gancho sem dedos
a tecer os elos das contas
onde em gestos compulsórios
me esqueço do provisório
pois tudo acabou mais cedo.
Aquilo que não me contas
são fontes do meu segredo:
é tudo o que não dei conta
avessa ao amor em curto
que acaba em curto-circuito,
nem chega a cravar história.
Imploro imortalidade,
em igual duração de beijo.
Depende do outro lado
do outro que está fadado
a ser posse da vontade
que arrasa por ser despejo
de enganos, _mas fica assim!_
Nas costas, dedos cruzados
meu sonho é desprender grades
liberta ainda que tarde
fecharei a sete chaves
todos senões e afins.
E, posto, que existe um fim,
faço acerto dos mais graves
com o não e, no verso, sim.