Ouço o vento dizer: segue, se é o amor que buscas
E eu que ando atrás de uma Santa e eterna vida,
Ao lado de uma mulher nada Santa e nem pura
Sigo o vento, melhor do que não ter programa
Ah, se a rua dela fosse a minha, quanto espera eu teria
Ficar aguardando um momento que nem sei se vinha
Esperando, sempre, na mais otimista solidão eu diria:
Vem, nem que seja somente agora, uma única vez
A força da esperança é o meu sustento, vem, VEM
Agradeço sempre essa esperança improvável, ilógica
Sustentada na leveza sem matéria, em meu abstrato ser
Vem... sussurro, e o vento encarrega-se de levar o dizer
De ti, tenho alimento, mesmo na longa distância. VEM
Pão para minha alma em corpo que me leva distante
Ao gozo morno itinerante, sem endereço, nº., só destino
Não tenho forças para te perder, perdão por ti querer
Agradeço a alegria que não tive, talvez não tenha, jamais
Agradeço ao amor que você nunca deu, que eu quero
Na ilusória esperança que amor acontece,mesmo depois
Basta eu e você querer, esquecendo o antes e o depois
VIVENDO O AGORA