Sai fora do rumo, sai fora da fuga.
Queria ficar, precisava ficar, mas
continuei fugindo:
de mim, de todos, de tudo..
Queria distância da minha carne sem voz,
do meu silêncio sem alma,
e consegui acabar com tudo:
sonhos, lembranças...
fiquei vida sem alma, destroços...
Depois, numa tentativa à época impertinente,
me procurei avidamente, no pó hesitante da vida.
E, perdido por irremediável,
dilacerei-me nos cacos da solidão.
Estrangulei minha força,
neguei o sim, o não, o talvez,
náusea branca..., morte insípida...
Ela veio, deixou vivo o corpo,
mas silenciou a vida.
E este foi o meu sepulcro:
silencioso, sem voz,
sem alternativa, sem dizer...
Com a morte, depois, veio minha espera:-
quem sabe em três dias voltarei?
Ousei pensar...
Minha ressurreição demorou um pouco mais,
estou retornando dez anos depois,
MAS RETORNEI.