Ele não tinha nome,
Não tinha ninguém.
Todos lhe davam as costas,
Parecia um furado vintém.
Jovem ainda, já tão marcado...
Quase um ancião na flor da idade,
Sentindo o desprezo das pessoas...
Condenado a não viver sua mocidade...
Vivendo ao sabor da obscuridade...
Poucos notavam que sua alma era perfeita,
Seu coração a tudo e a todos
Perdoava, coisas que só um
Ser maior é capaz de fazer, de aceitar...
Não tinha mão mas, tinha
Todos os sentidos, mesmo
Assim, na comunidade não era
Aceito, e vivia escondido...
Ele que nascera não sabia onde.
Se é que aquilo fosse nascer...
Trabalhava, era inteligente,
Só não tinha direito de vencer!
Em todos os lugares onde andava,
Era apontado pelos aleijados da alma.
E fugia envergonhado
Certo dia, descobriram ser ele de
família de posses, de bem...
E a comunidade inteira gritou:
Ele é um homem maravilhoso!
Nós o queremos muito bem!...