Saudade que não me deixa
aplacar doída queixa,
é tempo que não tem hora
permanece inconseqüente,
deixa coração dormente,
esquece de ir embora.
Da solidão é vizinha
cantam juntas ladainha
e no mesmo diapasão
mas, se uma bate surda
a outra faz-se de muda,
desconcertam coração.
A solidão eu despisto
rio o riso não previsto,
não me deixo deixar só,
a saudade é felina
não aceita disciplina,
dói só para fazer dó.
Assim... eu mudo compasso,
a saudade eu abraço
e um tempo me alcança
de momentos bem vividos,
de prazeres convertidos
em rica e doce lembrança.