Não aprendi tudo sem sofrer,
o previsível da vida era sentir dor,
derramar lágrimas até atingir sua odisséia.
Ao oferecer minha alma, recebi um corpo,
fiquei infeliz, mesmo assim dei a outra face
para ser calada com uma bofetada;
teimosa fechei os olhos para um beijo feudal
onde dormiam lábios frios e ácidos.
Procurei estampar na face um sorriso sincero,
fui retribuída com risos falsos e efêmeros,
apenas num piscar de olhos os vi se fecharem em ostra.
Aprendi vivendo ...que posso doar tudo...
ainda assim nada receber em troca,
a oferta pode ser maior que a procura,
idealizei os meus sonhos e dei-lhes o final que quis,
ao despertar para a realidade sempre soube
ser impossível vencer o destino
Como as árvores vergo lentamente,
sou cíclica, possuo raízes fortes,
breve serão frágeis e secarão,
a seiva o elemento vital resistirá um tempo,
o necessário até eu aprender tudo...vivendo
só resta amar muito, doar-me inteiramente,
até deixar aflorar este débil coração no paraíso
ou no mesmo instante...imergir no inferno