A vida passa, doída,
quando perdemos
as cores, o amor,
a dor e os problemas,
quando tudo é tão fácil
que o difícil deixa de existir.
Com o sim,
nasce a compreensão
dos opostos, sem acordos;
a solução teórica é tão prática,
automática e sem lógica,
que a razão precisaria interromper
o movimento das águas,
exterminar a liberdade dos pensamentos,
matar a esperança,
que, por um momento certo,
encontra a paz infinita,
movida pela força do desejo,
capaz de tornar o amanhã
no imperfeito lindo,
onde a saudade cantará mais alto
a verdade do verbo amar.