Não sou o que sou, mas vou vivendo,
sendo o lado inútil, do útil, que a mim serve
como o ponto de partida,
que não chega a lugar algum.
Troco, mudo tudo, viro as letras,
pelo avesso, invento um conto,
crio fatos, giro a roda na contramão
do destino,sem lógica, sem métrica.
Sem rima,também se faz poesia.
Quem duvida, não cria;
eu gero o que quero, o que posso,
enquanto passeio nas linhas
da vã filosofia,
onde ninguém cria,tudo se copia
de alguém que inventou o nada,
brincando com a utopia,
deixando no ar o vento,
contrariando o tempo,
morto, torto ,incerto,
vendo inerte
a vida brotar sem nexo,
violentar o complexo
para morrer na heresia,
sonhando que viveu
uma bela fantasia.