quando palavras
não se suportam
desabam
das nuvens brancas para o chão
o arco-íris desanuvia
papeis molhados
depois da chuva
colados na calçada
folhetos perdidos
vivo intensamente pois amo
amo quem eu quero
e basta isto
demonstro o que sinto
deito na cama e sonho
cores espalhadas no céu
frutos dependurados nas árvores
chamando mãos famintas
crianças jogando bola na rua
cheias de barro e sorrisos
pés descalços
passarinhos brincando na água
quando palavras
não se suportam
desabam
das nuvens para o chão
agarradas as asas cinzentas dos anjos