Acordo nas manhãs e penso "mais um dia"
Vejo o sol que brilha, as crianças na rua e a poesia
Homens que vão ao trabalho de rostos cansados
Racionais que vagueiam sem donos agoniados
A vida continua em suas estações
Na Primavera o verso se enfeita de ilusões
No Verão o calor desperta eternas lições
No Outono a colheita declina em acepções
No Inverno, o verso se encolhe em opressões
Em nome do verso...
As dores se acumulam no tempo que passa
E seguem em suas manhãs solitárias
E como jóia de pedra única engastada
Ou pequeno vaso alto e esguio para flores
Sobrevive no ermo dos meus olhos
Sem pressa... Sem pessoa... Em quase nada
Ainda resiste a vida em suas estações