acendo um cigarro
e saio a janela
pra bater as cinzas
do passado
ela também sai
pra bater
o tapete da sala
as dores da esquina
o cheiro do ralo
os príncipes
que viraram sapos
os seios saudosos
dos frutos
que viraram árvores
e pássaros
acendo um aceno
ela esconde sua douçura
em folhas de uva
sete saias
a independem
de ver o coração
espalmado
em minhas mãos
fumaça e vento
se misturam
na mesma dança
minha nega!
sou ego, não nego
apenas relevo
o que não seja
o aceno
a simplicidade
e o fogo
que ascende
o cigarro deste
momento.