Ela tem a sua vida de ir e vir, ficar e esperar,
e o tempo não vem.
Inútil o tempo que esperou, o tempo que espera, sempre.
Vem um vulto e ela já não distingui:
é mais um, de todos que vieram, de todos que virão;
que ela, em seu mais estrito íntimo, espera que não venha.
Tudo isso que faz sofrer, é um direito assegurado:
de ir, vir, ficar e esperar.
Não fale mal dessa mulher, Linda mulher.
Mulher na vida usada pelo tempo.
Quem sabe dessa mulher? Se nem ela se busca, tenta identificar-se,
só sabe que está à margem de um mundo cínico,
um mundo que não é o seu.
Já não sabe se continua, se deve esperar, se tudo o que quis,
a vida negou: atenção, respeito, carinho e amor.
Verdadeira vida.
Vive a vida que consegue viver. Queria outra vida nesta vida,
e tem uma certa esperança, que uma nova vida virá.
Em espírito presente e amplo, mas o corpo precisa do corpo,
mesmo alimentando-se da alma.
Entre a luz da salvação e a necessidade do dia a dia,
caminha nos caminhos que tem de seguir...
Nem sabe o motivo ou razão. Talvez um encontro marcado.
- "Não atire a primeira pedra!", foi o que o Mestre disse.
Madalena teve um momento de carinho na vida, de aceitação e respeito,
e foi DELE, que recebeu esse amor.