Hoje acordei revoltada.
Sei que não queria,
nem deveria
nascer, crescer, envelhecer
e morrer, sem ser feliz,
deixando aqui,
nesta terra tão bela,
o desamor brotar
entre sonhos perdidos.
Trabalho, planto meu amor,
procurando, no caminho, carinho,
movida pela esperança de, aqui,
encontrar a felicidade perfeita,
sem precisar chorar
vendo o guerreiro,
ainda menino, triste,
sangrando, esquecido de tudo
que Deus lhe dá,
ao perdoar as nossas falhas
de querer muito mais
do que fazemos por merecer,
enquanto matamos sonhos,
revelando a dor,
pagando o preço
que a verdade cobra:
a desonra de vivermos
castrando o grande amor
sem lutar para ser, e fazer
o mundo mais feliz.