Tanto tempo
Ser uma migalha no vento
Todo momento sem âncora
E sem propósito
Nos beirais do amanhecer
A espera da sorte
Se fartando de pedaços
Caminhando pelos barrancos
O que se pensa não se sustenta
Pesa como gelo nos galhos envergados
Palavras não premiam a preguiça
Desnorteiam a opulência e a indolência
Quando a lágrima quer
Não existe lugar para chorar
Quem vive de esperança
Também envelhece e morre
Tanto tempo
Ser uma migalha no vento