A vida é uma loucura. 
      A realidade dura, e, para sobreviver,
       fantasiamos nossos dias
      com uma alegria,
      que fica muito distante da felicidade que gostaríamos de  ter. 
      Em verdade, estamos cientes que na terra não vamos encontrá-la.
      A tal humanidade racional, imperfeita,
      cumpre com perfeição a imbecilidade relativa à sua conduta natural,
      ainda que limitada, é profundamente egoísta e má.
      Vamos acumulando matérias perecíveis,
      desvalorizando oportunidades evolutivas,
      caindo na tentação do poder abstrato, e só diante da morte, fria,
      descobrimos, nos pensamentos tristes, as lágrimas, de dor,
       erguidas no ar, pelos lenços brancos, da partida,
      maculados pela perda irreversível
      de um corpo que, sob flores evapora,
      exaurindo no tempo, a vida,
      sem traduzir no seu silencio profundo o sentido exato da saudade,
      que entre aspas, dizemos sentir
      para enganarmos as sombras escuras do adeus sem fim,
      que apostam uma corrida, jamais  vencida por sobreviventes mortais.
       Está dito que fatos e feitos do dia a dia, terminarão sem respostas,
       finalizando, entre parênteses, todas as questões matemáticas,
      sem deixar dúvidas, restos, ou dizimas periódicas
      para traduzirem a prova real de um amanhã,
       que teve inicio no ontem histórico,
      completamente esquecido...
      por quem pensa que viver é coisa do agora,
       que se desembrulha nos instantes, de um minuto  presente,
       cheio de interrogações copiosas,
      espaçadas por um segundo apenas!