Como eu consigo me irritar
por coisa tão banal?
Consigo remoer
sem nada pra dizer,
ser o elo perdido
num estranho vendaval.
Procuro controlar
a minha força extasiante
de pensar.
Submeto o meu ontem
a um interrogatório
e o amanhã me responde
destoante e simplório,
que tudo depende
quando o íntimo não se arrepende.
É caso pra se deixar
que a dita sorte
se vire contra o azar
e nada me impeça de sonhar.