Filha de gente era gente.
E como tal, se despia do alheio,
e do que não fosse o seu sonho.
Triste ou feliz se embaralhava no pranto,
que lhe transbordava na alma brilhando nos olhos.
Talvez por ser um misto de pequena e grande,
alimentava-se de sentimentos imensos
e intensamente vivia:
olhando a vida e dourando-se ao sol...
Brincava com a Lua iluminando a Noite,
amando gente, esperando o dia.
Tentando dizer com alma,
o que não conseguia dizer com símbolos.
Fugia do que não fosse essência
e desprezava os rótulos.
Ouvia o silêncio, e dele sugava vida,
força suave, e sua verdade na vida.
Não era mistério, apenas um leve e gradativo emergir,
cortado por mergulhos ao fundo das causas,
ao âmago das coisas, ao centro de si.
Simplesmente mulher.