Saudade é essa coisa estranha,
que leva a gente e devolve,
e que está sempre a chegar,
sem ao menos perguntar...
Se é bem vinda, se é preciso,
se nós queremos sentí-la,
se trará dor ou prazer,
se é válido acontecer...
Tal qual uma borboleta,
batendo as asas, feliz,
vem pousar no coração,
depois nos deixa na mão...
Como o vento, vai passando,
sem nunca querer ficar,
é gostosa de sentir,
difícil de definir...
Há quem diga que ela é doce,
outros a sentem amarga...
Creio que não tem sabor,
tem pouco ou grande, valor.
Mas engana-se quem pensa,
que é capaz de matá-la...
Porque é raro dela estar,
onde vamos procurar...
Saudade nada mais é,
do que um conto do vigário,
que nos põe a suspirar,
pelo que não vai voltar...
Pelo que já é passado,
que o tempo veio e levou,
e a vida que se viveu,
da gente já se esqueceu...