Numa madrugada ou numa bela manhã,
Acordamos diferentes... Sem entender...
Como quem volta de longo e profundo sono
E somos outra pessoa... Sem perceber...
É como começar do zero... Do nada...
Enterrar tudo, que afinal também foi nada.
Os porões da alma... Foram abertos...
A luz espantou medos e almas penadas.
E nua... Sem máscaras... Estou comigo...
Enfrentando minhas verdades como castigo,
As cortinas vão baixando lentamente...
Esta terminando a cena... É o epílogo...
No camarim... No enorme e fiel espelho...
Vou limpando a maquilagem brilhante...
As lágrimas... Descendo pelo rosto...
Na platéia, ainda há aplausos esfuziantes.
Saio pela porta dos fundos... Lentamente...
Não mais entrarei em cena, foi longo o ato,
Foi desgastante e cruel... O espetáculo...
Estou saindo... Feche a porta do teatro!...