Aos poucos, tudo o que era colorido,
vai perdendo a cor,
fecham-se as cortinas, a platéia ficou vazia,
o silêncio se instalou,
tudo se transformou, o gosto, o cheiro.
As luzes, sempre se apagam,
depois do último ato. Era feliz e não sabia.
Ficou esse querer, de não sei o quê,
um sentimento sem sentido,
um toque irreal na mente,
sem gosto de pele, com voláteis formas,
contando estória,
trazendo um picadeiro de ilusão.
Uma realidade, que virou do avesso,
um sonho que não deveria, mais sonhar.
Posso ainda ser feliz, eu sei,
num próximo show, no transcorrer do ato
subo no palco, mudo a estória...
quem sabe ...