Quem é você,
que nasceu sem sobrenome,
e vive nas ruas vagando,
sem saber ler ou escrever.
Anda em circulos,
dorme ao relento
acorda machucada,
sem perguntar por que,
há quem finge não te ver
cheirando cola,
esmolando o que comer.
Moça, quem é você,
que cresce sem acreditar
que pode um dia conhecer
a felicidade de ser amada
e, também envelhecer,
digna e honrada
como qualquer criança
que vai futurecer,
amparada, batizada e educada
por quem sentiu o prazer
de fertilizar o ventre
de uma mulher menina,
tão moça quanto você !